Há algum tempo, neste espaço, escrevi crônica sobre a vida dos sósias de pessoas famosas. Gente beneficiada pelo destino em colocá-las no mesmo tempo em que alguém parecidíssimo com elas ganhou fama e generoso espaço nos meios de comunicação.
Os quatro exemplos usados como modelo levam vida boa às custas da tal semelhança. Muitas vezes são usados por seus ídolos em manobras para enganar o público e permitir maior privacidade do famoso.
Recentemente, os fatos mostraram outra realidade em alguns casos. O cenário esportivo sofreu verdadeiro terremoto com a foto na qual o atacante do Flamengo Gabriel Barbosa, o Gabigol, ídolo da torcida rubro-negra, aparece com a camisa do Corínthians. Choveram críticas à atitude do polêmico jogador, conhecido por causar.
A revolta da torcida atingiu, por tabela, o sósia do Gabriel, Jeferson Sales. Acostumado com os benefícios da semelhança, pedidos de fotos, autógrafos e todas as vantagens de ser quase ídolo, agora passa por momentos complicados. Em declaração postada nas redes sociais, Sales reclama das ameaças sofridas e até tentativas de agressão. Como a própria torcida diz quando protesta, “acabou o amor”.
Até o momento, Sales evitou informar aos torcedores qual é a nova rotina. Ele prefere a segurança à possibilidade de confrontos em locais públicos. Pelo menos deu a entender ser essa a sua atitude, em tempos de baixa popularidade de Gabriel.
O problema já deve ter ligado o sinal de alerta aos outros sósias, exceto Renato Carlini, o cover brasileiro de Elvis Presley (isso se Elvis morreu mesmo). Imagine um ídolo arrumar trapalhada de grosso calibre e comprometer a boa imagem? Lá se vai a fama para o espaço. O jeito é aproveitar a maré enquanto está em alta. Afinal, como diriam os antigos, “ninguém sabe o dia de amanhã”.