Homem que fica com choradeira de “ai, não aceito que me chame assim, não”, que fica de mimimi porque não gosta de mulher falando palavrão ou se comportando de forma tal, tem mais é que assumir a vontade de ter um dedo quente metido no meio do seu grelho gelado. Tudo um bando de enrustido.
Eu conhecera tanto do viado guardado em cueca que, sinceramente, a paciência se foi. Pense numa porcaria: chegar num restaurante e ficar aguentando o infeliz dizer, o tempo todo, que o cheiro do lugar o “deixa com dor de cabeça”. Pior, se recusa a entrar no ambiente porque é diferente dos seus “costumes”.
Esses caras morrem em menos de 10 minutos comigo. Primeiro que sou eu quem tenho que ter iniciativa, porque essas porras têm medo de mulher. Aí, quando chego em cima, o bilau cai. Medinho de guria com atitude.
Esses caras assim geralmente têm só amigAs, pois evitam contato com outros homens porque os acham muito “errados”. Detestam esportes e julgam que mulher que fica com um aqui e outro ali é “puta”. Pensam que gostar de sexo é vulgar. Gostam de ficar somente em casa vendo filminho; pensam que namoro é só isso. E isso tudo independe de religião ou família. Eles são, apenas, idiotas.
Recomendação: mantenha anos luz de distância dessas pragas. Eles querem a mesma fruta que você.
Read MoreTia Lyka ensina que homem que é homem sabe trepar. No mínimo, gosta da coisa, sem reclamações, sem críticas. Negócio é simples, só chegar com jeitinho e comer.
Problema é que isso passa a anos luz de jovens como o Fracote.
Ele é bem lindo. Alto, cheiroso, branco, cabelo macio. E tudo isso entra em contraste com uma personalidade pautada em personagens heroicos inexistentes, armas de games futuristas, mulheres perfeitas e obedientes, memes imbecis e idiotice gratuita de juventude burra.
Garotinhos assim só se dão bem com garotinhas, as quais pensam que animes são a melhor coisa do mundo e filmes de terror tornam pessoas mais “cool”. Com elas é fácil agradar; sexo é coisa de boneca para essas gurias.
Em verdade, na hora de lidar com uma moça um pouco mais cabeça, que já passou por mil e uma tretas, guris assim broxam.
O Fracote não deu conta do recado; sequer entendeu a mensagem. Ali dizia: “só aceitamos serviço bem feito”. Moleque assim, com cabeça de nerd, mundo girando ao redor de “gueime ófi trônis” só dá merda. Nem beijar, ao menos, sabem – alô-ô, cadê a língua aí?!
Pena. Todos bem bonitos. Mas fracassos. Pior ainda é ter que ouvir as desculpas que dão depois. Só que eu perdoei, porque, bom, não é todo ser do sexo oposto que lida bem com mulher que vê o mundo além de besteiras como séries e playstations.
Lição final: nerdzinho é inservível.
Era 22 de julho de 2000 e pouco. Ali estavam dois adolescentes idiotas, sentadinhos nas escadas do bairro Liberdade, área japa de São Paulo. Entre pockys meio amargos, beijinhos. Vinte e cinco segundos, no total. Tão tímidos quanto bobos. Os degraus davam espaço para gestos de carinho.
Doze meses depois, outro beijo. E quebra pau. Assim, 1.080 dias sem se falar. A briga, ocorrida por pífios motivos, teve consequências tão dramáticas quanto a morte de Wizardmon para proteger Hikari e Tailmon. Meu imbecil foi, então, tratar de mostrar seu pior lado para mim sempre que possível. Arrogante, grosso, estúpido e frio. Em paralelo, eu sofria num inferno construído por um miserável.
Perdi meu jeito de ser, por três anos. E quem me resgatou, 1.080 dias depois, foi o próprio Devimon, travestido de Angemon. Estendeu-me a mão e disse-me: “A garota que eu conhecia jogaria Digimon comigo. Não aceitaria esse tipo de tortura”. Foi uma ilusão ou resgate inconsciente de seu espírito para ajudar sua ex-amiga? Fato é: estou em pé até hoje. Se escorregar, meu querido Digimon estará perto de mim.
Seu sorriso e ambígua personalidade protegem-me do medo que sinto, ainda, daquele agressor. E percebi que nada mais nos afastará. Pois, há quatro vidas, estamos juntos. A bruxa e o feiticeiro, a flor e o demônio mascarado de anjo. Tão inseparáveis quanto os degraus das escadas que nos conduziram à mais pura liberdade de amar sem medos.
Read MoreSnorlax foi o maior mentiroso que conheci, cuja pegada ensinou-me a gostar de trepar. Até então, sexo para mim era apenas frustração. Pena. Aqueles sete meses ocorreram paralelamente com ele dividindo sua atenção com uma, pasmem, namorada secreta.
Certo dia, vi outro lado daquele Pokémon. Era seu aniversário. Mesmo já sabendo de tudo, comprei-lhe uma penca de presentes, com direito a um pudim feito só para ele. Minha única intenção era ver seu, ainda que triste, sorriso. Por alguns minutos, até consegui. Depois, tornou-se em vão. A saudade de seu herói bateu forte – o pai havia morrido quando ele tinha apenas 17 anos.
Snorlax, segurando um dos presentes que lhe trouxe memórias pesadas, começou a chorar na minha frente. “Eu nunca mais tinha ganhado presentes, desde que meu pai morreu... Por que ele me deixou? ”, lamentava. As lágrimas escorriam sem parar. As bochechas pálidas deram lugar ao rubi; os olhos, sempre tão vazios, brilharam como os de um anjo com asas machucadas; a voz, por vezes grossa e autoritária, tornou-se frágil e rouca. Finalmente, vi a verdadeira face de Snorlax.
Snorlax revelou-me o paradoxal, existente somente naquele rosto: ele ficava gracioso ao chorar. Talvez porque fossem gotas de amor puro, de saudade sincera; de lembranças apertadas em seu coração. Foi lembrando-me disso que lhe perdoei de todas as suas mentiras. Por ele ficou um sentimento indestrutível: carinho. Pois sei que aquele Pokémon safado é só uma máscara.
Meu verdadeiro Snorlax existe ali. Tão belo quanto frágil
Read MoreTenho facilidade para guardar datas marcantes no meu viver. Aquele 19 de julho de 2000 e pouco foi, certamente, o mais inesquecível até hoje para mim. Lembro-me facilmente de tudo, na ponta da língua. Demais dias, eu demoro um pouco para afirmar dados com precisão.
Era o último dia do grande evento de cultura japonesa feito em São Paulo. Ali estava eu, afastada de minhas colegas, porque sempre detestei conversar sobre sapatos e outras futilidades.
Sozinha, caminhei e muito observei aqueles cosplayers. Vinha-me a certeza de que minha fajuta roupa de Wakko Warner jamais deveria, sequer, ter sido pensada. Repentinamente, à minha frente, estava aquele lindíssimo rapaz. Utilizava o verde gorro de Link. Mais: tinha as feições assimetricamente semelhantes às do personagem em Twilight Princess.
Eu, nem de perto tão linda quanto hoje sou (modéstia à parte), me aproximei dele e puxei assunto mesmo assim. A vergonha escorria pelo meu nariz – graças a deus, tenho hábito de andar com paninhos nas bolsas. Para esse tipo de situação, mesmo. Tentei falar sobre quaisquer besteiras possíveis. “Aqui só tem idiotas. Impossível que eu termine por falar merda”, convencia-me, mentalmente. Obviamente inclusos no ciclo de patetas, as palavras fluíram e, finalmente, o beijo.
É. Há alguns anos, nas nossas adolescências, o “ficar” significava apenas “dar uns beijinhos a mais, por algumas horas, com a mesma pessoa”. E era suficientemente divertido e prazeroso. Se vocês jovens também aprendessem os benefícios de beijar com vontade, evitariam o desprazer de se tornar papai e mamãe tão cedo.
Seu beijo era tão gostoso quanto zerar Ocarina of Time sem detonados. Naquela época inexistiam aplicativos de conversas instantâneas além do MSN, e sequer peguei seu e-mail. Entretanto, a vida reserva tretas infinitas para quem é cabaço. Acabamos nos tombando na internet e nos vimos por outros anos – bastava eu pisar naquela bipolar cidade.
E todas as vezes foram fantásticas. Terminávamos sempre virgens, por receio típico da juventude. Lamentável, pois hoje em dia olhamos para trás e ambos nos arrependemos de ter perdido a grande chance, na última vez em que ficamos, em 2 de julho de 2000 e bolinha. O que teríamos a perder, senão pequena parte de nossas inocências?
Atualmente, ele namora uma guria a qual tentou, inclusive, me adicionar nas redes sociais tão logo soube de nossa amizade – recusada, querida, recusadíssima. E eu estou enrolada com meu tosco. Conversamos com frequência e lembramo-nos de tudo com sorrisos.
Faz pouco tempo. As doces lembranças isolam-se em desejos reprimidos. A vida segue. E as oportunidades que passam, aprendi, jamais voltam.
Read MoreO tosco é meu favorito. Mulher é assim, terrível, mesmo. Garante desgostar, ao passo que se sente completa com a esquisitice (até certo ponto) do outro.
Meu tosco voltou. Depois de longas semanas em que me calei e o ignorei totalmente, ele retornou com singelo abraço. Mais tarde, com sua sinceridade agraciada pelas virtudes virginianas, levou-me a um lindo lugar, o qual eu totalmente desconhecia. Estávamos sob a luz do luar.
O ambiente era aberto, com serenatas tocadas por cigarras, sapos e quaisquer outros bichos que emitissem sons para acasalamento, presentes na fauna local – se pá, até jararacas. Ventava muito. As estrelas brilhavam forte e seria insano contá-las. “Hoje o céu está tão estrelado”, ele sussurrou, enquanto me abraçava. Em meus 20 e poucos anos de vida, jamais imaginei que houvesse homens os quais ainda apreciassem ficar ao lado da parceira enquanto observassem a beleza da natureza.
Por longos minutos, nada dissemos. Ficamos apenas olhando aquele céu, ouvindo os grilos cantarem o mais belo “cri, cri, cri” da noite. Os ventos consigo traziam a esperança de que Boa Vista seria, ao menos por alguns momentos, uma capital fria de doer os ossos (levando em consideração que somos dois magrelos). Então, iniciou-se o inesperado espetáculo: vagalumes, talvez levados pelos instintos apaixonados, começaram a acender suas bundas na nossa frente.
Eram muitos. Piscavam como se fossem bailarinos, ao som dos coaxos com back vocals grilídeos. Nos braços daquele rapaz alto, magrelo, branquelo, dos olhos e cabelos claros e eterna expressão de mau-humor, senti-me no paraíso. Nada havia ali, senão sentimentos disfarçados de silêncio e calma respiração.
Naquela noite, o capô do meu carro terminou amassado, por óbvios motivos. E passou despercebido por nós dois. Até que, exatamente uma semana depois, meu querido papai percebeu aquele estranho abatatado e mostrou-me, confuso: “Filha, já percebeu isto aqui? Como que conseguiste essa façanha, hein? ”. Olhei, abaixei a cabeça e tranquei-me no meu quarto. Ri por mais de meia hora.
Ah, tosco. Meu tosco favorito. Peça-me em namoro logo. Afaste teu medo de se apaixonar por mim...
Sou boazinha, parei de morder... com força.
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Vou inaugurar meu espaço neste jornaleco contando minha aventura mais recente – e curta.
Sempre me avisaram que o guri era gente boa, meio doido e bom de cama. Fiquei secando a pimenteira (discretamente) até que, finalmente, o bicho abriu trela para ficarmos juntinhos em sua casa.
Por lá, depois de muita enrolação, rolaram uns beijos, muito bons por sinal. E ficou só nisso. Hoje em dia, vocês sabem que o pacote tem que ser completo, não é? Gasolina está cara demais para ir do céu até o inferno, só para voltar com a sensação de purgatório na pepeca. E o diacho sumiu. Desapareceu. Mágica, sem feitiços de minha parte.
Meses depois, ele voltou como gato fugido de casa: cara de inocente. E aí, me chamou para ficar com ele de novo. Mas dessa vez, ah, dessa vez rolou, sim. Meia boca, infelizmente. Fraco demais para um patrimônio tão grande. Eu percebia que o guri era esquisito. Caladão, respondia mensagens de maneira peculiar e tinha comportamentos meio grosseiros.
Só que engoli isso tudo depois da segunda vez. Pois é, rolou a segundona. Foi tão bom que marquei na minha agenda. Viajei, esqueci-me dos problemas. Teria sido ótimo ter filmado para, de repente, cair nas mãos de um otário que conheci. Doer-se-ia. Eu riria. Bom, ficou gravado apenas em memória.
Tudo isso para, depois, a praga sumir de novo. Fiquei na minha, sequer corri atrás. Confesso ter perdido, porém, horas para tentar compreender por que ele agira daquele jeito. Até que aceitei, a contragosto, o que um colega me disse: “O cara te leva na casa dele, te beija e fica só nisso para depois sumir? Véi, ele é um TOSCO”.
E, até hoje, o colega refere-se a esse guri como “Tosco”. Eu também. Mamãe idem. No desfecho, só para constar, dei-lhe um fora, esclarecendo-lhe que a praga era peculiar e esquisita demais para mim.
Texto curto. A resposta foi, no entanto, de quem sequer leu o primeiro parágrafo e repetiu tudo que eu já havia falado. Só que quem deu o pé na bunda dele fui eu. Sou inocente, se você é incapaz de interpretar uma mensagem de zap-zap. E agir de maneira mais educada.
Mas o tosco serviu de aprendizado.
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Quem vive de ganhar a vida com as próprias habilidades manuais sabe bem a sensação de se deixar algo escapulir.
O ato de escapulir é inspiração para muita alegoria, visto que é um ato arrebatador, cheio de adrenalina e semióticas. Visualmente, vejo arte nesse ato e me empenho no salto para, ao menos, bater na trave, derrubar a baliza e sorrir.
O pescador tá lá no meio do lago, o peixe malha, ele levanta a rede e pega com descuido o tucunaré, que escapole. O Vaqueiro na mata cinza mira o golpe no boi, que, mais habilidoso, escapa. A ave de rapina, que geralmente não erra, deixa a presa escapulir e, daí, vem o improvável. O vendedor de absurdos que deixa escapar na última hora a vítima feita, amarga. O político que sem mais noção de suas charlatanices escapole pra fora do jogo e cai decadente.
Quem escapuliu nunca contará a sensação de estar livre, pois, em tese, quem escapa de uma jamais quererá outra. Escapulir ou deixar algo escapulir pode bem ser empregado com uma palavrinha da moda, desses tempos de marmotas e imposições insuspeitas, a meritocracia – mereceu tem, não mereceu não tem. Usado com afoito entre a classe empresarial, o termo é simplificado para justificar os fins do sistema capitalista.
Na comunidade, quem vive sabe: tem roça, come; não tem, troca por outra coisa. E, se nada tem: solidariedade ou pega-se o alheio. Quando dito, com tanta naturalidade, que tem mais quem mais se empenha, numa linha rasa da interpretação imediatista, o lado mais humano de nossa humanidade pensa, a longo prazo, varrendo ecos das injustiças acumuladas. É um privilégio estender a memória a esse tempo. É um desafio ter tanta cultura para desromantizar os propósitos de cada argumento, quando o que se precisa mesmo é saber reordenar as coisas, visto que as mãos estão lisas, os músculos tesos e há de haver repouso para uma tentativa mais fatal, mais letal.
Read MoreQuando pensamos que Suely vai pôr as coisas nos trilhos e fazer o que não fez até agora, surge uma nova denúncia. A bola da vez é o secretário de Saúde, César Penna, aquele com a ‘missão de humanizar os atendimentos em hospitais’. Um desvio de R$ 2,7 milhões fez com que a Justiça determinasse seu afastamento.
O rolo agora é com uma empresa de gases medicinais. O caso vai de fraude em licitação a enriquecimento ilícito. Será que a governadora escolheu mal seus subordinados ou eles são os adequados para os “propósitos” de governo? As denúncias de favorecimento a empresas “amigas” deixam claro que o caos não se deve apenas à “herança maldita” de outras gestões, afinal, já se passaram dois anos.
O governo que decretou emergência em 2016 porque venezuelanos “sobrecarregaram” os hospitais é o mesmo que mete os pés pelas mãos quando o assunto é licitação. Que confiança se pode ter em quem estende o chapéu pedindo socorro ao Governo Federal, mas passa sorrateiramente a mão no bolso do contribuinte, conforme o MP?
E não é de hoje que a mesma secretaria fica sob suspeita. Em 2015, já se apuravam irregularidades em aluguel de veículos, alimentação hospitalar e aquisição de equipamentos. O espaço aqui é curto para citar tudo que se noticiou sobre a Saúde nos últimos anos.
O governo parece não ter pena de quem precisa de hospital público e sofre com o atendimento quase sempre miserável. Se tivesse, o trato com a coisa pública seria bem melhor, sem dar margem para especulações ou motivos para ser investigado.
Read MoreVolta e meia, algumas figuras do governo se destacam além de Suely e sua habilidade gerencial. A bola da vez é o secretário de Justiça e Cidadania, Uziel Castro, que demonstrou não ter muita paciência ao ser confrontado com a realidade.
Em recente entrevista, Uziel tergiversou sobre números. Não soube dizer quantos são os presos na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, quantos fugiram em 2015 e 2016, e nem quantos foram recapturados. Ele parecia nervoso. Quem lá estava, disse que seu queixo e boca tremiam.
Como as principais perguntas eram de pelo menos dois repórteres, houve um momento em que Uziel, para se afastar da ‘parede’ na qual foi encostado, perguntou aos demais se eles não teriam o que perguntar.
Ao ser interpelado por um repórter se policiais e agentes não ouviram gritos ou qualquer barulho enquanto presos eram decapitados e estripados, Uziel elevou um pouco o tom e deu uma resposta, no mínimo, atrapalhada.
“Você conhece a penitenciária, já entrou lá dentro? Ali pode gritar, ali pra ouvir... é muito grande aquela penitenciária. Tem muitos policiais... ontem nós tínhamos reforço. Você não conhece, só diz isso quem não conhece a penitenciária. Vou convidar você pra fazer uma visita ali e a próxima pergunta que você fizer vai ser diferente (sic)”.
Embora atribua ao tamanho da Pamc a dificuldade de se evitar o pior, ele afirma que havia reforço naquele dia. Se havia, era porque desconfiavam de que algo pudesse ocorrer. Homens foram colocados lá para que esse algo não acontecesse. Mas, o secretário não soube explicar por que, mesmo com a segurança reforçada, houve o massacre.
Para que perguntas diferentes sejam feitas da próxima vez, Uziel convida o repórter a conhecer a Pê-á.
Parece que o secretário é um dos poucos que conhecem a Pamc a fundo. Mesmo assim, não se sabe por que até hoje ele nem o governo foram capazes de evitar fugas em massa e chacinas. Talvez o problema maior seja o tamanho do presídio, como o próprio Uziel reconhece!
Read Moreqeur dizer eeu acessei o admin e postei
Read Morefrontend quer dizer que eu nao acessei o admin do site.. apenas loguei na home page e fui ate as cronicas e postei
Read MoreO pai morreu. Como herança, o rapaz recebeu pequeno comércio de miudezas e armarinhos. Logo, Fofão cansou de vender zíperes, botões, colchetes, fitilhos, sianinhas e colibris. Pouco dinheiro, muito pingado. Ele queria mais.
Descobriu que comprar produtos na cidade venezuelana de Santa Elena de Uairén traria retorno mais rápido. Tornou-se sacoleiro. Capitalizou. Resolveu crescer. Comprou duas picapes Pampa, da Ford, e passou a investir em distribuição de petróleo.
Cinco vezes por semana, cruzava a fronteira e, na volta, trazia gasolina descaminhada da terra do eterno Hugo Chávez. Riscos de sofrer acidente fatal ou de ser preso pela Polícia Federal levaram-no a abandonar a profissão de importador informal.
Mas ele gostava de ganhar dinheiro. Se fosse com facilidade e dentro da ilegalidade, melhor ainda. Passou a trazer uísques, vinhos e vasodilatadores do país vizinho. Dava preferência à “ração pra pinto”, pois, em grande quantidade, podia ser acondicionada em pequenos pacotes e os ganhos eram altos. Lucro garantido e risco de ser pego quase zero.
Em cada viagem, ele trazia centenas de cartelas com milagrosos comprimidos de Viagra e Cialis. Em viagem para repor estoque, Fofão chegou ao balcão da principal farmácia de Santa Elena e, usando portunhol caprichado, pediu:
- Tienes Viagra y Cialis?
- Si, señor; quantos? – Respondeu a balconista, brasileira de Uiramutã, na mesma linguagem do empreendedor.
- Dá-me lo que tienes.
- Señor, se lleva todos, como fícan los venezolanos? Ele, que não gosta dos hermanos, atacou: “Que se danen. Se ellos todos brochan, no más producirán venezolanitos”.
Trinta e duas caixas de Cialis;quarenta e sete de Viagra. R$ 1.100 de lucro. “Bom demais”, festejou.
Na alfândega brasileira, ele deu azar de, por amostragem, ter o veículo revistado. Os homens da lei encontraram os vasodilatadores. Até pensou em oferecer uma propina para os federais. Achou melhor não. “Perco a mercadoria, mas recupero o prejuízo na próxima viagem”, consolou-se.
No entanto, a coisa não seria tão fácil assim. O chefe da fiscalização resolveu indiciá-lo como contrabandista de medicamentos. Ao ouvir a qualificação, ele aproximou-se da autoridade e, cheio de empáfia, bradou:
- Contrabandista de medicamentos não. Meu trabalho tem cunho social. Sou um traficante de amor.
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