Terça, 20 Mai 2025 13:11

    Para Verlei, cem anos é pouco

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    Patriarca da primeira família de gaúchos a se radicar em Roraima tem história

    Reportagem publicada na edição impressa número 221 - Junho 2024

    Pensa em alguém com memória incrível, aperto de mão firme, conversa fácil, muitas histórias para contar. Adicione 100 anos de vida recém-feitos e você terá a descrição exata de Verlei Silva Bueno. Gaúcho de São Borja, casado quatro vezes, pai de sete filhos, o agora centenário continua a apostar no futuro, com projetos arrojados. Aposentadoria está fora de cogitação. Na verdade, a vida de Verlei dá um livro. Ele esteve em todos os cenários possíveis, desde a infância na fazenda, o serviço público no Rio de Janeiro, Brasília e Roraima, até os desafios como executivo empresarial, empreendedor e suplente de senador da República no período 1991-94.

    No Rio esteve muito próximo do poder da então Capital da República. Amigo de infância de Benjamin, irmão do então presidente Getúlio Vargas, ele testemunhou os fatos que culminaram com o suicídio do líder. “O ‘Bejo” foi um dos maiores responsáveis pela tragédia. Fez bobagens demais e comprometeu o governo”, sentencia Verlei.

    Verlei chegou a Roraima em 1964, trazido pelo diretor da Divisão de Produção, Terras e Colonização do ex-Terrítório Federal de Roraima, Epitácio Monteiro Piffero. Eles vieram implantar projeto agropecuário, a convite do governador Dilermando Rocha. O primeiro desafio foi trazer para cá 180 cabeças de gado compradas em Uberaba (MG) e 18 cavalos puro sangue do Rio de Janeiro. “Trouxemos, ainda, búfalos da Ilha de Marajó (PA), e jipes, todos acomodados no barco contratado para o serviço”, lembra ele. A travessia no rio Amazonas representou grande desafio. “Quase naufragamos três vezes”, complementa.

    Era o início de novo trabalho. “Comecei, também, a plantar arroz irrigado. Mais tarde, arroz de sequeiro. Empreendi na área de cerâmica por longos anos. Onde havia oportunidade, eu estava lá”, garante. Conforme o dinheiro entrava, Verlei comprava áreas para a expansão de negócios. Segundo ele, o terreno onde se encontra localizado o GRESSB era dele, assim como o imóvel hoje ocupado pelo CTG Nova Querência.

    O atual desafio é projeto agrícola familiar para a produção de metanol, em área de dois mil hectares, em Caracaraí, com capacidade de fornecer 30 mil litros/ dia, com investimento de 40 milhões de reais. Verlei e parceiros aguardam apenas o sinal verde do governo estadual para tocar a ideia adiante.

    Política - Nessa área, Verlei lembra ter relacionamento conturbado com alguns membros da família Brasil. Certa ocasião, a situação quase saiu do controle. “Fui avisado que o Oder estava me ofendendo na rádio”, conta. “Eles diziam que eu era bandido. Peguei meu revólver e invadi o estúdio, mas ele já havia saído. Tanto fizeram que eu me vinguei: casei com a irmã deles, Petita...”, lembra aos risos.

    Aliado ao grupo do ex-governador Ottomar de Sousa Pinto, Verlei compôs a chapa da ex-primeira-dama Marluce Pinto, eleita em 1990 para mandato de quatro anos no Senado Federal Como estabelecido no título: "Para Verlei 100 anos é pouco".

     Verlei com a mãe

    Verlei com um cavalo trazido para Roraima

    Verlei estudando superficialmente o solo

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    Fernando Quintella

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