Em rede social, a foto foi postada culpando a Prefeitura de Boa Vista pelo acidente. Se, em vez de falar bobagens, nossos motoras tivessem cuidado e obedecessem limites de velocidade, essas coisas não aconteceriam. (Foto: Facebook)
Ao longo do tempo, a Banda Guy-Bras se consolidou como um dos grandes expoentes do reggae roraimense. Em 2016, o grupo completa 17 anos de estrada, sempre levando o melhor do reggae raiz, com canções que falam sobre paz e amor, além de versões de grandes sucessos do estilo. Destaque para as músicas do ídolo Bob Marley.
Comandada pelo carismático guianense Mark Edwards, não por acaso conhecido como Mike Guy-Bras, o grupo conseguiu manter a proposta de sempre ter pessoas oriundas do Brasil e da Guiana em sua formação.
De acordo com Mike, o projeto Guy-Bras surgiu em 1999, para integrar o line-up do antigo evento Reagge n’ Roll, que ocorreu em Boa Vista entre o final do século passado e começo dos anos 2000. Como o nome já sugere, a ideia do grupo é ressaltar a amizade e a parceria entre os dois países.
SEM PRECONCEITO
Mike diz que, apesar de ser conhecida como uma banda de reggae e ter os grandes clássicos do estilo em seu repertório, o grupo crê que a mistura de estilos é algo muito salutar para o desenvolvimento da música de Roraima. “Eu gosto de todos os estilos. Eu gosto do pessoal do rock, do forró, do samba. Essa mistura é boa para todos, pois todos representam um pouco da música do Brasil”, disse o artista.
Em 17 anos de carreira, a Guy-Bras lançou dois CDs e um DVD. Além de ser muito conhecida em Boa Vista, a banda comandada por Mike também faz história no interior roraimense, com destaque para os shows feitos em Pacaraima. Num deles, dentro do “Fronteira Cultural”, promovido pelo Sesc-RR, a banda abriu a apresentação para a lendária Tribo de Jah, de origem maranhense.
“Estar esse tempo tocando com a banda é algo que me deixa muito feliz. Nada disso aconteceria se eu não tivesse o apoio do público, das pessoas que conhecem o Mike, conhecem a Guy-Bras e estão sempre nos shows, nos apoiando, pedindo por nossa música”, destacou o vocalista.
SE É BOM, DEIXA ROLAR
A história de Mike Edwards com o Brasil iniciou-se há 25 anos. Na época, ele, que nasceu em Georgetown, capital da República Cooperativista da Guiana, era garimpeiro numa região próxima a fronteira com o Brasil. Num belo dia, decidiu deixar seu país e se aventurar nas terras Tupiniquins. “Foram nove dias de caminhada até chegar ao Brasil”, contou.
Já em Roraima, o ex-garimpeiro se apaixonou pelo Brasil e pelos brasileiros. Começou a se transformar no que ele chama de “Preto Macuxi”. O estilo de Mike, que na época ostentava generosos dreads, trouxeram a ele comparações com o grande ícone do reggae mundial, Bob Marley: o primeiro passo para que ele aprendesse mais sobre música.
O conhecimento acabou trazendo frutos ao artista. Apesar de sempre cantar músicas em sua língua materna, o Preto Macuxi nunca deixou de compor e cantar em Português. Essas investidas permitiram que o público conhecesse a canção “Deixa Rolar”, uma grande homenagem a Roraima, que é presença obrigatória no repertório de Mike.
Apesar de fazer constantes shows com seu grupo, o guianense de coração brasileiro sempre pode ser encontrado no Centro de Boa Vista, principalmente nas avenidas Jaime Brasil e Sebastião Diniz, onde usa seu violão, um microfone e uma caixa de som, para mandar as mensagens de paz e harmonia presentes nos reggaes executados por ele.
“O meu grande palco é a rua. A rua é importante pra mim, pois aqui sim você tem contanto com o seu público. Você vê as pessoas, conversa, troca ideia com elas. É muito bom tocar no palco, com a banda, ver a galera curtir. Mas eu creio que, para você ser conhecido de verdade, é preciso estar perto das pessoas”, ressaltou Mike.
Na sexta-feira, 26 de fevereiro, na rua Curupira, no final do bairro Paraviana, equipes da Prefeitura de Boa Vista demoliram três prédios que estavam sendo construídos ilegalmente, em Área de Proteção Permanente, às margens do rio Cauamé.
Estimulados por grileiros, apoiados por candidatos, pessoas de bem invadem terras que não lhes pertence e ficam à espera do apoio de políticos. Donos de terras sofrem
Em Boa Vista, criou-se a indústria de invasões. Faz tempo. Rentável, a atividade cresce. Hoje, há pelo menos seis áreas invadidas na capital.
Erasmo Sabino, empresário do setor imobiliário, sofre, mais uma vez, com a ocupação de área que lhe foi confiada para loteamento e comercialização. No início da vicinal que dá acesso à área de Bom Intento – zona rural de Boa Vista - a Gleba Murupu registra recorde de invasões. Só neste ano, pelo menos cinco reintegrações de posse foram determinadas pela Justiça.
Ao lado da Gleba Murupu, uma área que pertence ao Governo do Estado está ocupada por mais de 3 mil famílias. Crescendo sem critérios urbanísticos, ali, grileiros vendem lotes por até R$ 40 mil.
DE MANSINHO
Os invasores chegam na calada da noite e, de mansinho, marcam terrenos, estendem lonas, começam construções de toscos barracos. A notícia se espalha. Logo, centenas, milhares de pessoas estão ocupando o que não lhes pertence. É assim que começa.
Alguns invadem movidos pelo sonho de ter um lugar para morar; outros vislumbram a chance de ganhar dinheiro com o espaço invadido. Há ainda os que usam o ato ilícito para aumentar cacife político: votos. Por isso, não raro, essas ocupações ocorrem em anos de eleições.
Com mais uma ordem de reintegração de posse para a Gleba Murupu em mão, Erasmo Sabino diz sentir pena ao desalojar famílias, “mas é difícil separar o joio do trigo. Pelos carros luxuosos que trazem materiais de construção, a gente vê que não se trata de pessoas necessitadas. É má fé mesmo”.
Erasmo diz que os prejuízos são altos: “Mesmo com toda a papelada que garante nosso direito sobre uma área como a Gleba Murupu, temos que contratar advogados, sofremos desgaste com a opinião pública e perdemos muito tempo por causa da morosidade da Justiça; tudo para reaver o que é nosso”.
Na visão de Sabino, a engrenagem funciona assim: “Alguém se arvora a líder de invasores, cria uma espécie de associação e cobra taxas de cada associado. Afirmam que o terreno não tem documento nem escritura, que o Estado deu a área e que algum político vai legalizar os lotes. Essa gente manipula pessoas inocentes, afirmando que elas têm o direito de invadir”.
Sabe-se de políticos que conseguiram eleger-se para alguma coisa com ajuda da indústria de invasões. “A maior parte dos invasores usa a ação para, em seguida, vender lotes. Há quem viva exclusivamente dessa artimanha”, diz Erasmo. E protesta: “É preciso que a Justiça seja mais rigorosa, mais célere, porque a culpa é desses líderes que incentivam os atos ilícitos”.
OFICIAL
Sobre a invasão de terrenos pertencentes a particulares, a Prefeitura de Boa Vista afirma que vem ajudando a manter o crescimento da cidade de forma organizada e legal, e que, em casos de reintegração de posse, forças policiais precisam ser mobilizadas para levar a tarefa a termo.
Diz ainda que atua de forma sistemática buscando a parceria dos demais setores do poder público, como o MP, Polícia Militar e a Polícia Civil para implementar ações conjuntas que levem à não ocupação regular e planejada do município.
Na segunda-feira, 29, a população ganhou mais quatro novas unidades na avenida Nazaré Filgueiras, no bairro Pintolândia. Acompanhada do presidente da Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, Eduardo Queiroz, da representante do Banco Interamericano de Desenvolvimento, Aimee Verdisco, e de Vital Didonet, especialista em educação infantil a prefeita Teresa Surita inaugurou creches.
Nos três primeiros dias de fiscalização com os radares móveis, agentes da Superintendência Municipal de Trânsito multaram 207 motoristas que trafegaram acima da velocidade permitida em avenidas de Boa Vista. A medida entrou em vigor no dia 16 de fevereiro, como forma de reduzir os acidentes de trânsito.
Com medo de errar, o pessoal errou feio. O plural de animal de estimação é animais de estimação. Só.
A Venezuela vive a pior crise de todos os tempos, com escassez de alimentos, remédios, gêneros de todas as necessidades, salários baixos, violência nas ruas e a falta de uma boa perspectiva no horizonte.