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    Em 2012, poucos dias depois da morte de Laucides Oliveira, encontrei-me com meu amigo Joel Cruz e comentei não tê-lo visto no velório ou no enterro de Mestre Lau. Franzindo o cenho - expressão peculiar de quando queria falar sério -, ele explicou: "Parente, eu não paro em acidentes, não visito doentes e nem vou a velórios ou enterros..."

    Antes que eu procurasse sentido em suas palavras, ouvi: "É nesses lugares que ela, a Morte, está sempre. Não vou a esses lugares para evitar que a danada me veja, busque sua caderneta e anote meu nome para próximas missões... Eu não dou chance à ceifadora de vidas".

    Minha amizade com Joel vem desde a infância. Passamos algum tempo distantes um do outro, mas, de uns 10 anos pra cá, a música nos reaproximou e nossos encontros se tornaram frequentes. Depois de aposentar-se, ele, pouco a pouco, passou a fugir de vida social e de amigos. Isolamento total.

    Em seu último aniversário, 20 de abril, mandei-lhe mensagem reclamando da distância que ele impôs a si mesmo. Por seu filho, soube que ele leu meus escritos, sorriu, mas não fez nenhum comentário.

    Hoje, domingo, primeiro de junho, fui informado da morte de Joel. Uma pena. Perdi um grande amigo. Pena que a Morte, quando quer, sempre encontra suas vítimas.

    Vá em paz, amigo.

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