Aroldo Pinheiro, roraimense, comerciante, jornalista formado pela Universidade Federal de Roraima. Três livros publicados: "30 CONTOS DIVERSOS - Causos de nossa gente" (2003), "A MOSCA - Romance de vida e de morte" (2004) e "20 CONTOS INVERSOS E DOIS DEDOS DE PROSA - Causos de nossa gente".
Foto da governadora viralizou em redes sociais.
O mau gosto nas galochas usadas pela chefe do Executivo estadual, na abertura da XXXIX Expoferr, quinta-feira, 5, chamaram atenção de roraimenses e roraimados. Muitos querem saber quem é o consultor/estilista de Suely. Para não contratá-lo(a).
Doido pra jogar futebol com os colegas, Tarcizinho submetia-se à pressão da mãe:
- Você só vai brincar depois da lição. Vamos lá: u-vê--á-vá – uva.
E o menino repetia: “Uva”.
Depois de bê-ô-bô-ele--ó-ló, cê-á-cá-esse-á-zá-cê-ó--có, a mãe vem com: “dê-á-dá--dê-ó-dó”.
E o pirralho, correndo para a rua, grita: "BOZÓ!”
Guilherme, 4 aninhos, resistindo à mãe querendo empurrar-lhe mais uma colherada:
- Num quero mais não, mãe. Já tô cheiro
- Não se diz “já tô cheio”, meu filho. Diz-se: já estou satisfeito.
Passado algum tempo, Mariana chama o moleque:
- Guilherme, vem ver como a lua cheia tá linda!
- Lua cheia não, mãe: lua satisfeita...
- Eu tenho medo de leão...
- Eu tenho medo de cobra...
- Eu tenho medo de vampiro...
- Eu tenho medo é de viado.
Os colegas se assustaram. Marquinho quis saber:
- Mas viado não faz mal a ninguém; você tem medo por quê?
- Papai disse que aquele careca, gordo, feioso é viado. Num gosto do jeito que ele me olha: parece que ele quer me comer.
Falar em público tem seus desafios. Nem todos sentem-se confortáveis nesses momentos. A língua trava, a boca fica seca, o coração acelera. Mas há quem enfrente qualquer público com desenvoltura. Seja discurso lido ou de improviso, saem-se bem. O perigo é o orador tornar-se cansativo. Aí, ele precisa driblar a situação com jogo de cintura e bom humor.
Em Recife, nos anos 1970, o governador de Pernambuco, Eraldo Gueiros Leite, participava de solenidade, em que discursava o prefeito da capital, Augusto Lucena, orador prolixo. Advertido de que se atrasaria em outro compromisso, Gueiros puxou o paletó de Lucena. Este reagiu: “Meu amigo governador puxa o meu paletó para me avisar que meu discurso está longo. Mas nada me impedirá de levar a minha mensagem a este povo do Recife...” e por aí foi. O governador sorriu e se conformou com o atraso.
Quando fui governador distrital do Rotary, Daysy, minha esposa, usava a mesma estratégia ao perceber minha demora nos discursos. Eu repeti a Lucena: “Companheiros, a Daysy puxou o meu paletó. Já termino, fi quem tranquilos” e ganhava uns minutinhos.
O empresário Said Salomão, homem sábio e simpático, era sempre chamado a discursar em eventos. Antes, pesquisava o assunto e anotava os tópicos em papeizinhos. Falava de improviso, orientado pela pauta preparada. Sabia contornar a demora com bom humor. Certa ocasião, no Rotary, o sírio parou de falar e comentou: “Toda vez, o companheiro Alemão, aqui do lado, tira meus “papelzinhos” para eu acabar logo. Mas hoje eu não deixei.” Todos riram e ele foi adiante.
Em sessão solene na Associação Comercial, Said estourou o tempo. Ao perceber, perguntou ao mestre de cerimônias: “Meu tempo acabou?” Sem jeito, Péricles Perucci confirmou. Ele devolveu, com olhar maroto: “Você vai ter coragem de cortar a palavra de um velho?” A gargalhada foi geral e Said pôde concluir o discurso.
Auricélia, Nega Li e Aurilene se reúnem em almoço para comemorar o aniversário da irnã Aleide Pinheiro Martins