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Sábado, 25 Junho 2016 16:58

Palhaços que levam a vida a sério

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ALÉM DA FOLIA - Fora do período carnavalesco, o Bloco dos Palhaços se dedica a ações sociais ALÉM DA FOLIA - Fora do período carnavalesco, o Bloco dos Palhaços se dedica a ações sociais Arquivo pessoal Shirleia Rios

Da ideia de brincar carnaval, o grupo evoluiu para atividades sociais

 

Quem visita o “Arraial da Teresa”, na praça Fábio Marques Paracat, depara-se com um grupo de palhaços fazendo a alegria de passantes. “Ué, esse pessoal é doido? O carnaval não passou?”, há de pensar o visitante.

Nada disso. O “Bloco dos Palhaços”, de fato, surgiu da ideia que um grupo de amigos teve de brincar no carnaval de rua boa-vistense. Os primeiros sete brincantes de 2014 tornaram-se 14 em 2015 e chegaram a 30 na folia deste ano. Shirleia Rios, uma das fundadoras da trupe, diz: “Na verdade, somos uma grande família. Somos pais, filhos, maridos e mulheres, irmãos, compadres, , todos os tipos de vínculos familiares”.

E acrescenta: “Mas o trabalho dessa turma não se resume a pular o carnaval. Hoje, com associação constituída, promovemos diversos serviços voluntários. Já fizemos bingo para ajudar necessitados, realizamos ação de Páscoa no lixão para catadores e filhos de catadores, promovemos atividades sociais na Associação dos Moradores do Conjunto Ajuricaba e no Abrigo Infantil Pedra Pintada. Neste ano, distribuímos 300 ovos de Páscoa entre comunidades, tudo custeado pelos próprios integrantes do ‘bloco’. Ações sociais

A cada três meses, o Bloco dos Palhaços promove alguma ação social no Abrigo. Eles faem questão de levar um pouquinho da alegria do circo para a criançada. Fazem brincadeiras, cantam, dançam e levam coisinhas gostosas que não podem faltar em festas de criança: bolo, cachorro quente, pipoca, salgadinho, doces, sucos, refrigerantes, mas, principalmente, bastante amor para quem é tão carente de afeto.
No Boa Vista Junina, voluntariamente, os palhaços distribuem revistas, panfletos, preservativos e falam para o público alvo sobre a importância de se proteger de gravidez indesejada e de doenças sexualmente transmissíveis (DST). Shirleia faz questão de frisar que “o grupo não tem vínculo político nem tem fins lucrativos”.

Este ano, no carnaval de rua, o Bloco dos Palhaços arrastou uma multidão atrás do trio elérico. Foi a primeira vez que eles saíram como um bloco oficial. Era um mar de gente de todas as idades, a maioria usando peruca e nariz característico de palhaço. “Até quem já é grandinho não resiste aos encantos dessa trupe e sempre pede para tirar um foto para guardar de lembrança”, diz a animada Shirleia.

Entusiasta do grupo, bem humorada, Shirleia diz que levar alegria às pessoas é o lema do Bloco dos Palhaços. Hoje, eles se definem como "um grupo de amigos que decidiu fazer o bem sem olhar a quem." O que antes era somente uma diversão passou a ter uma dimensão muito maior, com muito amor envolvido.

E debaixo de sol ou sob a lua, o Bloco dos palhaços está na rua.

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Aroldo Pinheiro

Aroldo Pinheiro,  roraimense, comerciante, jornalista formado pela Universidade Federal de Roraima. Três livros publicados: "30 CONTOS DIVERSOS - Causos de nossa gente" (2003), "A MOSCA - Romance de vida e de morte" (2004) e "20 CONTOS INVERSOS E DOIS DEDOS DE PROSA - Causos de nossa gente".

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