As informações são desencontradas. Na verdade, há mais incertezas do que informações. Pessoas que teriam testemunhado o massacre de pelo menos 28 pessoas se escondem com medo de serem identificadas e eliminadas. Depoimentos são feitos anonimamente em redes sociais.
Há quem diga que o massacre tenha sido orquestrado e executado por soldados do exército venezuelano. Este mesmo exército afirma ter vasculhado áreas próximas em busca de algo que leve aos corpos das pessoas desaparecidas e garante não ter visto nada anormal.
Pais choram a falta de filhos, irmãos choram a possível morte de irmãos, mulheres desconsoladas choram a falta de companheiros. Todos choram a falta de informações sobre onde estariam os desaparecidos e o que teria acontecido com eles.
De concreto, só as afirmações de parentes que, na sexta-feira, centenas de homens saíram para trabalhar nas minas e até o meio-dia de quarta-feira, 9, hora de fechamento desta matéria ninguém sabe – ou quer – dizer onde 28 deles estão.
Hoje, com a falta de governo que há no país vizinho, pode ser que uma possível matança ocorrida em garimpos venezuelanos nunca seja esclarecida.
(Fonte: Correo del Caroni e Portal da Amazônia)
BOX
EM BUSCA DE NOTÍCIAS DA TERRA
Dezenas, talvez centenas, de venezuelanos que cruzaram a fronteira para fugir da situação caótica em que se encontra seu país se estabeleceram em Boa Vista. Boa parte destes Hermanos são naturais de Bolívar, estado na fronteira com o Brasil. O possível massacre de seres humanos ocorridos em Tumeremo une esses homens em busca de notícias sobre parentes ou conhecidos que trabalham nos garimpos.
Na frente do Hotel Barrudada, Ramon Muñoz reúne patrícios seus em torno de declarações de um homem que se diz sobrevivente da chacina e, via YouTube, conta o que viu. “Soldados chegaram e, sem conversar, começaram a disparar tiros de metralhadora. A correria foi grande. Eles mataram pelo menos 30 pessoas. Eu não vi, mas um amigo meu disse que eles esquartejaram os corpos com motosserras, jogaram pedaços na carroceria de uma picape e os levaram para enterrar em vala comum no meio da mata”.