Aniversário de meu compadre, 50 anos. Reuni-me com alguns amigos e decidimos fazer-lhe festa surpresa. Depois de muitas conjecturas, escolhemos a casa do aniversariante para o regabofe.
Como afastá-lo de casa para organizar a furupa? Fiquei com a tarefa de fazê-lo. Eu me encarregaria de prendê-lo na rua entre 18h e 20h.
No final da tarde do dia programado, uma quarta-feira, dirigi-me ao escritório do aniversariante e convidei-o para tomar uma cerveja. Claro que ele estranhou, pois não sou de beber durante a semana nem sou de sentar em bar para tomar cerveja. Mesmo ressabiado, meu compadre aceitou.
Sentamo-nos no Pit Stop e, ali em volta, enquanto pessoas faziam caminhada para manter a forma, nós largamos o pau a tomar cervejas para aumentar a barriga e jogar conversa fora. Meu compadre, inquieto, dava tratos à bola imaginando o motivo do convite e o fato de estarmos no barzinho por tanto tempo.
Pelo celular, me avisam que estava tudo no jeito, que havia chegado a hora de levar o aniversariante para sua festa. Pagamos a conta e, com meu compadre no carro, segui lentamente para a residência dele. Durante o trajeto, eu falava o tempo todo. Não podia deixa-lo raciocinar.
Tomei a avenida Ville Roy, dobrei à esquerda na Severino Soares de Freitas e, depois de alguns quilômetros rodados, quando dobrei à direita e entrei na quadra da festa, o aniversariante, vendo a fumaça que saía de sua residência, comentou com sorriso maroto:
- Compadre, se minha casa não estiver pegando fogo, estão fazendo churrasco por lá.